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Debora Rodrigues Silveira

A versatilidade do grão-de-bico no Oriente Médio: Falafel

Continuando nossa viagem pelo mundo, iremos falar sobre uma região muito diversificada do mundo: o Oriente Médio! Rico em cultura, em história e em conhecimento, esses países também encantam na culinária. Hoje, falaremos sobre o Falafel. Você conhece? Nessa jornada, falaremos sobre os aspectos nutricionais do grão-de-bico e seus benefícios, além de comentar sobre a tecnologia de alimentos empregada e sua conexão com o povo de sua origem! Vamos juntos descascar a ciência?

 

O que é?


O Falafel é um bolinho de grão-de-bico muito saboroso tradicional da culinária do Oriente Médio. Primo do Acarajé do Brasil, ele é constituído de bolinhos fritos ou assados de grão-de-bico misturados com temperos e ervas. Além de ser uma boa fonte de proteína vegetal, o Falafel possui uma relevância cultural e social para a região em que é originada. 

 

Origem


A origem do falafel é uma questão debatida entre os estudiosos de cultura culinária, e é frequentemente associada ao Egito, onde era tradicionalmente preparado com favas. No entanto, sua popularização no Oriente Médio, especialmente na Palestina, consolidou o uso do grão-de-bico como ingrediente principal. O Falafel não é apenas um alimento nutritivo, mas também um símbolo cultural que representa a identidade e as tradições das comunidades árabes. Sua adaptação e aceitação global refletem o intercâmbio de práticas culinárias em que vivemos nesse mundo globalizado, tornando-o um prato simbólico da cozinha médio-oriental.

 

Como é produzido?


O falafel é geralmente feito a partir de grão-de-bico ou favas, que são inicialmente deixados de molho em água por várias horas, normalmente um ciclo de 12 horas com trocas de água. Esse passo é crucial, pois amolece os grãos e permite uma melhor textura ao moer. Além disso, esse passo é muito importante para a retirada dos fatores antinutricionais, assim como fazemos com os feijões.


Os antinutrientes presentes no grão-de-bico são substâncias que podem interferir na absorção dos nutrientes que estão presentes nele. Entre os principais antinutrientes estão os fitatos, que se ligam a minerais como ferro e zinco, reduzindo sua biodisponibilidade. Também há taninos, que podem inibir a digestão de proteínas e afetar a absorção de ferro. Por isso, deixar a leguminosa de molho é importante para melhorar a digestibilidade e também reduzir os níveis de antinutrientes, favorecendo a absorção dos micronutrientes desejados.


Após a hidratação, os grãos são moídos junto com os temperos e ervas, como cebola, alho, ervas frescas e especiarias, criando uma massa aromática e rica em sabores. Pode-se adicionar bicarbonato de sódio, uma vez que ajuda a tornar a mistura mais leve e aerada. A massa resultante é moldada em pequenos bolinhos ou discos, prontos para serem fritos em óleo quente ou serem levados ao forno, que deixa a receita menos calórica!

 

Importância nutricional


O Falafel tem notável importância nutricional, pois é uma fonte rica em proteínas, fibras e micronutrientes essenciais. Por ser feito principalmente de grão-de-bico ou favas, ele fornece uma combinação equilibrada de aminoácidos, contribuindo para uma dieta saudável, especialmente em contextos vegetarianos e veganos que buscam por fontes boas de proteínas. Sendo mais específico, o grão-de-bico é uma fonte rica em proteínas mais barata do que as de origem animal, representando de 20% a 30% do seu peso seco. Além disso, a presença de fibras dietéticas no falafel promove a saúde digestiva e pode auxiliar no controle de peso quando produzido sem fritura à óleo.


Ademais, o falafel também contém vitaminas do complexo B, como a tiamina e a riboflavina, além de minerais importantes, como ferro e magnésio, que são essenciais para diversas funções corporais. Esses micronutrientes desempenham papéis essenciais em processos metabólicos e na manutenção da saúde óssea e cardiovascular. O uso de especiarias e ervas na preparação do falafel não apenas enriquece o sabor, mas também adiciona propriedades antioxidantes, potencialmente benéficas para a saúde. O consumo regular de grão-de-bico está associado a uma série de benefícios à saúde, como a redução do risco de doenças crônicas, incluindo diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, devido à sua capacidade de regular a glicose no sangue e melhorar os perfis lipídicos. Dessa forma, o grão-de-bico não apenas enriquece a receita, mas também se destaca como um alimento funcional tornando o Falafel mais funcional também!


E aí, o que achou de saber mais sobre o Falafel e suas origens? Gostou? Compartilhe com mais pessoas sobre esse seu novo conhecimento! Foi um prazer descascar ciência com você!

 

REFERÊNCIAS

 

ARORA, A.; SHARMA, S.; SINGH, A. Nutritional quality and health benefits of chickpea (Cicer arietinum L.): a review. Journal of Nutritional Science, 2020.


HELTSOSKY, Carol. Food culture in the Mediterranean. Westport: Greenwood Press, 2014.


ISMAIL, M.; KUCUKONER, E. Falafel: a meal with full nutrition. Food and Nutrition Sciences, v. 8, p. 1022-1027, 2017. DOI: 10.4236/fns.2017.811074. Disponível em: https://doi.org/10.4236/fns.2017.811074.


UKANTI, A. K.; GAUR, P. M.; GOWDA, C. L. L.; CHIBBAR, R. N. Nutritional quality and health benefits of chickpea (Cicer arietinum L.): a review. British Journal of Nutrition, v. 108, n. 1, p. 11-24, 2012.


Yegrem L. Nutritional Composition, Antinutritional Factors, and Utilization Trends of Ethiopian Chickpea (Cicer arietinum L.). Int J Food Sci. 2021 May 13;2021:5570753. doi: 10.1155/2021/5570753. PMID: 34095292; PMCID: PMC8140839.

 

 

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