Alimentação e Saúde Mental
- Karen Almeida Nardy
- 17 de abr. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 31 de mar. de 2024

Você já reparou como a nossa qualidade de vida pode ser influenciada pela qualidade dos alimentos que consumimos? Os alimentos são aqueles que nos proporcionam a quantidade de nutrientes necessários, para um bom funcionamento do organismo, não só para nossa saúde física como também para nossa saúde mental.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é caracterizada por um estado de bem-estar no qual uma pessoa é capaz de apreciar a vida, trabalhar e contribuir para o meio em que vive ao mesmo tempo em que administra suas próprias emoções. Entretanto, existem os transtornos mentais e do comportamento (TMC), que são marcados por prejuízos na cognição e na forma em que um indivíduo se relaciona. Dentre os mais comuns em nossa sociedade, destacam-se a depressão, o transtorno bipolar, os transtornos de desenvolvimento, a deficiência intelectual, a demência, a esquizofrenia e outras psicoses.

Atualmente, sabe-se que o nosso intestino é considerado o segundo centro de controle do corpo humano, pois existe o eixo intestino-cérebro. Existem evidências científicas de que dependendo da microbiota intestinal, esta pode influenciar e modular o comportamento emocional. Adicionalmente, alguns estudos relatam que o microbioma intestinal saudável é uma estratégia no tratamento e na prevenção de transtornos mentais, pois o funcionamento regular do intestino é essencial para que a passagem de sinais entre o eixo intestino-cérebro com regulação na transmissão dos sinais neurais, gerando um estado saudável do indivíduo.
Alguns fatores como estresse e maus hábitos alimentares têm efeitos significativos na microbiota. O consumo de alimentos com alto teor de gorduras, açúcares, alimentos refinados, ultraprocessados e baixa ingestão de vegetais e frutas podem contribuir para o desenvolvimento de distúrbios mentais. Nesse sentido, uma dieta saudável, rica em minerais, vitaminas, aminoácidos e ácidos graxos essenciais são fundamentais para o bom funcionamento do cérebro, devido às suas ações antioxidantes, anti-inflamatórias e neuroprotetoras.

Os ácidos graxos poliinsaturados, como o ômega 3, em um equilíbrio com ômega 6, desempenham uma ação anti-inflamatória para a melhora do quadro de depressão. Dentre os minerais, ressalta-se o magnésio, por estar envolvido na função de uma variedade de neurotransmissores, hormônios e membrana neuronal. Além disso, a sua ingestão está associada a menores níveis de marcadores de inflamação que impactam no desenvolvimento da doença. Espinafre, acelga, feijão preto, quinoa, amêndoas, castanha de caju, abacate, salmão, banana são alguns dos alimentos ricos em magnésio.
Nessa perspectiva, alimentos também ricos em triptofano auxiliam na síntese e no controle da serotonina no corpo, sendo responsável por nos proporcionar sensações de bem estar. Contribuindo para o controle da ansiedade e depressão, é considerado um aminoácido essencial, que precisa ser adquirido por meio da alimentação, já que o organismo humano não o produz. Dentre os alimentos que o apresentam em sua composição estão banana, ovo, leite, chocolate amargo, queijo, amêndoas, arroz integral, mel, nozes, sementes e grãos.
Destaca-se, portanto, que uma alimentação desequilibrada afeta não apenas a saúde física, mas também a saúde mental e o bem-estar de um indivíduo. Desse modo, algumas ações podem ser desenvolvidas para favorecer condições de vida e ambientes que apóiem a saúde mental. Dentre essas medidas que podem ser tomadas, inclui-se um estilo de vida mais saudável, incluindo alimentos funcionais, que podem apresentar uma interferência positiva direta sobre o sistema fisiológico e aos transtornos mentais.
Referências Bibliográficas
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