Benefícios dos temperos naturais
- Lorraine Garcia
- 9 de jan. de 2022
- 6 min de leitura

Quando falamos sobre temperos naturais, quais são os primeiros produtos que você pensa? Alho, cebola... salsinha talvez? O que muita gente desconhece é que há uma variedade de temperos naturais à nossa volta, e que podemos fazer diversas substituições com eles, além de trazer inúmeros benefícios para nossa saúde.
Atualmente vivemos contra o tempo, devido ao excesso de compromissos, muitas das vezes a comida mais prática com excesso de sal, gordura, tempero artificial e com pouco valor nutricional vem sendo uma boa opção para substituir a comida saudável e natural. Com isso, muita gente se esqueceu de como os temperos naturais dão sabor, aroma e são ótimas opções na hora do preparo dos alimentos.
O excesso de sal sempre foi uma problemática que vem se alastrando por toda a população cada dia mais, causando sérios casos de hipertensão, problemas nos rins e osteoporose por exemplo. É relevante também lembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que o consumo adequado de sal é de até 5 g diárias, e infelizmente a população brasileira consome exageradamente obtendo uma média de 12 g diárias. Portanto, a substituição do sal, temperos prontos com aditivos e aromatizantes por temperos naturais é uma forma prática e inteligente de controlar a quantidade de sal e produtos sem valor nutricional no prato e colaborar com a saúde diversificando o sabor dos alimentos na cozinha, conservando alguns alimentos com esses temperos e trazendo para si um melhor funcionamento do organismo.

Os temperos que antes eram colhidos na horta e no quintal de casa foram trocados por frascos repletos de aditivos químicos, aromatizantes e saborizantes artificiais que prejudicam a saúde. Temperos como coentro, manjericão, alecrim, pimenta, orégano, páprica, cúrcuma, entre outros que serão comentados com mais detalhes abaixo são ótimas opções para realçar o sabor dos alimentos, diminuir a quantidade de sal e produtos artificiais, além dos temperos terem algumas propriedades medicinais já descritas na literatura científica e serem classificados em três tipos: ervas, legumes aromáticos e especiarias. Nas ervas se encontram por exemplo as flores e folhas como o alecrim, manjericão e coentro; nos legumes aromáticos estão os caules, tubérculos e raízes como a cebola, pimenta e páprica, e por fim, nas especiarias temos os grãos e as sementes como a noz-moscada, a canela e o cominho.
Conhecendo alguns temperos:
Alecrim: sabor acentuado que pode ser usado com moderação em legumes, como batatas, aves, carnes de caça e em especial no assado de cordeiro.
Alho: o queridinho da cozinha brasileira. Apropriado para carnes em geral, molhos e massas.
Cebolinha: outro tempero muito usado que pode ser usado em vários pratos, combina bem com saladas, legumes frios e quentes, sopas, grãos, queijos e molhos frescos para todos os tipos de carnes, especialmente as brancas e os pescados.
Coentro: usado em pratos com peixes e frutos do mar, podendo utilizar suas folhas e sementes.
Cominho: usado em carnes, peixes, legumes e ovos.
Cúrcuma: especiaria usada na coloração de alimentos como arroz, ensopados, caldos e pães.
Hortelã: para chás, saladas, molhos e usada também no tempero de carnes.
Louro: para tempero de carnes, vinha d’alho e marinadas. Seu uso alivia também aromas fortes de preparações com carnes de caça como a rabada.
Manjericão: seu sabor acompanha bem tomates, seja em salada ou em molhos.
Orégano: apropriado para pizzas, saladas, molhos de tomate e aperitivos.
Páprica: no tempero de carnes bovinas, suínas e de aves. Além de servir para decoração de saladas de maionese.
Pimenta: sabor picante, marcante e de vários tipos, são excelentes para temperar carnes, peixes e frutos do mar, além de poder ser usada em molhos, massas e risotos com moderação.
Salsa: usada em molhos, omeletes, suflês e carnes. Serve também para decorar pratos.
Sálvia: bem aromática e de sabor um pouco azedo, adequada para tempero de carnes de cordeiro, cabrito e aves, massas, molhos e queijos.
Tomilho: esse tempero é um ótimo acompanhamento de sopas, aves, saladas e pratos à base de tomate em geral.

Quais são os benefícios ?
Dentro dos diversos benefícios que a maioria dos temperos trazem para o bom funcionamento do nosso organismo, podemos citar ação antioxidante, antialérgica, anti arteriogênica (impede que haja obstrução dos vasos), anti-inflamatória, antimicrobiana, anti trombótica (impede a formação de coágulos), cardioprotetora e vasodilatadora. Além desses benefícios, alguns temperos são utilizados como antioxidantes com intuito de conservar o alimento impedindo ou desacelerando reações.
O orégano além de ter ação antioxidante, também possui atividade antidepressiva, anti-inflamatória e antitumoral.
O manjericão, é rico em compostos fenólicos, compostos estes que auxiliam na prevenção de danos oxidativos, os quais estão associados ao desenvolvimento de cânceres, envelhecimento precoce, aterosclerose e diabetes.
O tomilho, seu consumo tem sido associado à redução do LDL (colesterol ruim).
Algumas pesquisas afirmam que em relação a sálvia seu óleo essencial é um promissor aliado no tratamento da doença de Alzheimer, uma vez que promove melhora na retenção de memórias, além de ajudar na digestão de alimentos gordurosos.
A salsa é rica em ferro e em vitaminas A e C que fortalecem o sistema imunológico. Protege as células do envelhecimento e ainda ajuda no sistema urinário.
A cebolinha que atua contra problemas digestivos, promove a saúde do coração, melhora o sistema imunológico, promove a saúde ocular e atua desintoxicando o corpo.
E um dos principais ingredientes usados na medicina ayurvédica, a cúrcuma, com sua excelente propriedade anti-inflamatória, antioxidante, além de estimular a digestão, ser antimicrobiana, contribuir para reduzir o colesterol e prevenir doenças cardiovasculares.
O alecrim que traz benefícios ao sistema nervoso, como melhorar a memória e ajuda a tratar problemas como depressão e ansiedade.
Também temos o alho que com propriedades medicinais ajuda a prevenir o Alzheimer, colabora na imunidade e previne a queda de cabelo.
O coentro e cominho ajudam na digestão, e auxiliam no combate a anemia além de combater infecções intestinais.
A hortelã com poderes antibacterianos, antifúngicos e anti-inflamatórios ajuda a aliviar problemas de asma e respiratórios, e é um tempero excelente contra resfriados.
O louro reduz a ansiedade, diminui a inflamação, controla a diabetes e promove o relaxamento muscular.
E por fim, a pimenta e a páprica ricos em vitaminas e minerais essenciais, previnem algumas doenças cardiovasculares, são ótimos temperos para diabéticos pois regula o nível de açúcar no sangue.
Numerosas ervas e condimentos agem no organismo humano, e muitos são usados na medicina popular como remédios. A família das lamiáceas, por exemplo, que compreende a hortelã, o tomilho, o orégano, o manjericão e o alecrim, possuem uma elevada porcentagem de óleos essenciais da família dos terpenos que estes temperos têm, tornando-os particularmente aromatizados. Os terpenos têm o poder de agir sobre uma grande variedade de tumores, reduzindo a proliferação das células cancerígenas e provocando a morte dessas células.

Dica de ouro:
A plantação de diversos temperos seja no quintal de casa ou em um cantinho no apartamento é uma ideia para começar a inseri-los aos poucos na sua alimentação e assim, reduzir o sal e outros temperos prontos com aditivos.
No momento das compras, evite temperos vendidos em embalagens ou caldos, cubos com sabores diferentes, temperos em pastas ou molho pronto, pois de modo geral apresentam muitos ingredientes e aditivos.
Na hora do preparo de doces, reduza também o açúcar e invista na canela, que estudos apontam possível efeito na redução do açúcar no sangue, risco de doenças cardíacas e dores em períodos menstruais; cravo-da-índia pode auxiliar na digestão e tem ação expectorante; erva-doce com propriedades calmantes, ajuda no controle de inflamações, gases e auxilia no tratamento de distúrbios do sono; noz-moscada auxilia na eliminação toxinas do organismo e é uma grande aliada contra o mau hálito.
Referências
Carneiro H., Comida e Sociedade: uma História da Alimentação. Elselvier, 2003.
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Grinke, Sartori, L., Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio Grande do Sul: Gastronomia, temperos, aromas e sabores.Rio Grande do Sul, 2018.
Del Ré, PV; Jorge, N. Especiarias como antioxidantes naturais: aplicações em alimentos e implicação na saúde. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 13, p. 2012.
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