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Descobrindo as PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais)

  • Kevin Costa Miranda e Rafaela Pena Santos
  • 25 de jul. de 2021
  • 3 min de leitura

Por Kevin Costa e Rafaela Pena


Estima-se que cerca de 390 mil espécies de plantas sejam conhecidas, e que mais de 10 mil tenham potencial alimentício. Atualmente, apenas, em torno de 300 plantas, são realmente cultivadas para alimentação e outras finalidades. Desse modo, percebe-se que apesar dessa grande biodiversidade, muitas plantas são pouco utilizadas ou até mesmo desconhecidas pela maioria da população.


Nesse sentido, o termo PANC (Planta Alimentícia Não Convencional) representa, por definição, plantas que possuem uma ou mais partes que podem ser utilizadas na alimentação humana e que não são consideradas comuns no cotidiano da maior parte da população de uma determinada região. Pensando nisso, será que é seguro consumir as PANCs? O consumo das PANCs tem base em diversas pesquisas científicas, que atestam segurança em seu uso, identificando suas propriedades nutricionais, antinutricionais e presença de fitoquímicos tóxicos.

As PANCs são consideradas ótimas fontes de nutrientes, vitaminas e sais minerais, apresentando características que podem conferir propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e ações terapêuticas. Entretanto, vale ressaltar que é necessário cuidado quanto a explicação das formas de preparo e consumo de cada planta, para que seus benefícios sejam absorvidos de forma segura e respeitando as suas características sensoriais. Em caso de dúvidas, recomenda-se a busca por especialistas para melhores informações.


Diante dessa perspectiva, mesmo as PANCs apresentando potencial alimentício e propriedades nutricionais extremamente relevantes, elas acabam, por vezes, sendo confundidas com matos ou ervas daninhas em razão da falta de conhecimento das mesmas. Nesse sentido, percebe-se a importância de identificá-las e reconhecê-las para a contribuição do enriquecimento da alimentação popular, principalmente por se tratar de plantas que brotam espontaneamente em quase todo terreno.


A colheita de PANCs é recomendada para ser realizada em hortas urbanas ou feiras orgânicas, uma vez que calçadas e ruas são ambientes com poluição e, geralmente, contaminados. Porém, caso obtenha as PANCs nesses lugares deve-se realizar uma boa higienização e se consumir esporadicamente. Outra maneira também, caso esta seja essa a opção mais viável, pode-se obter mudas e sementes desses lugares e cultivá-las em casa.


Na tabela abaixo, alguns exemplos de PANCs, suas partes de consumo e suas características nutricionais:


Com isso podemos reiterar como as PANCS se revelam como fortes candidatas a se tornarem parte do nosso cardápio. Com o desenvolvimento urbano, a monocultura e o crescimento da utilização de agrotóxico, cada vez se torna mais difícil manter ou alcançar a segurança alimentar e nutricional. Sendo assim, cada espaço da casa ou prédios, quintais e janelas, são possíveis alternativas para cultivo, que podem ser além de um complemento da alimentação, uma fonte de renda, como a produção de geleias, farinhas, entre outros. Dessa forma, PANCs tornam-se promissoras na área de tecnologia de alimentos, com a criação de novos produtos.


Porém, isso ainda é um desafio, mesmo com 46 mil espécies de plantas no Brasil, essa riqueza e uso como alimento é negligenciada e ignorada muitas das vezes, pela falta de conhecimento popular. Então, quem sabe no seu quintal ou horta da sua casa ou prédio tem uma PANC, será que você saberia reconhecer?


Referências Bibliográficas


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