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EMBALAGENS DE ALIMENTOS E QUALIDADE

  • Foto do escritor: Ciência Descascada
    Ciência Descascada
  • 25 de jul. de 2022
  • 5 min de leitura

Você tem o hábito de reparar nas embalagens dos alimentos que compra? Considera que a embalagem pode influenciar na sua escolha pelo produto alimentício? Acredita que a embalagem do alimento pode trazer algum benefício para o alimento?


De forma a garantir mais segurança, qualidade e praticidade para o consumidor, além de buscar se destacar em frente a um mercado cada vez mais competitivo, as indústrias de alimentos cada vez mais investem em novas tecnologias e designs para embalagens alimentícias. Existem os órgãos regulatórios relacionados à saúde e alimentos – como no caso brasileiro a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – que trazem exigências e normas para as embalagens que têm contato direto com alimentos, de forma a proteger a população de contaminações de componentes indesejáveis ou tóxicos.


Vamos começar explicando o que são as embalagens alimentícias e suas funções.


Embalagem alimentícia de acordo com a ANVISA é definida como “o artigo que está em ontato direto com alimentos, destinado a contê-los, desde a sua fabricação até a sua entrega ao consumidor, com a finalidade de protegê-los de agente externos, de alterações e de contaminações, assim como de adulterações”. Elas podem ter diversas funções, sendo elas:


  1. Proteção: O caminho que o alimento percorre da sua fabricação até chegar na prateleira do supermercado pode ser extremamente longo. Portanto, indústrias fabricantes utilizam embalagens para proteger o alimento de sujeiras, odores, impactos, insetos entre outros perigos durante o seu transporte e estocagem.

  2. Conservação: Vários microrganismos perigosos à saúde humana podem entrar em contato com o alimento durante seu transporte e estocagem. Devido a essa razão, fabricantes aplicam diversas tecnologias na hora de embalar seus produtos, como por exemplo a embalagem a vácuo ou tratamento térmico para esterilização da embalagens, de forma a diminuir o crescimento de microrganismos e manter as principais características do alimento.

  3. Conveniência: A embalagem traz praticidade, tanto no manuseio em todo processo da cadeia de abastecimento, quanto para o consumidor final. Por exemplo, existem embalagens em que a porção já se encontra individualizada ou que podem ser levadas ao micro-ondas – facilitando o consumo e o preparo das refeições.

  4. Informação: A embalagem alimentícia também pode servir como um elo de comunicação entre o fabricante e o consumidor, que pode encontrar no rótulo informações e avisos obrigatórios e exigidos por lei, como a origem, peso, informações nutricionais e de composição, entre outros alertas relacionados ao produto. Isso ajuda o consumidor a ter maior conhecimento da composição dos produtos que está consumindo e fazer escolhas mais conscientes em relação a sua alimentação.


Tipos de embalagens para alimentos


A indústria de alimentos utiliza os mais diversos materiais nas suas embalagens, sendo os principais tipos utilizados são o papel e papelão, plástico rígido e flexível, vidro e metal. Atualmente, é comum que embalagens sejam compostas com diferentes materiais, de modo a se conseguir o melhor resultado na proteção, conservação, conveniência e design final.


Legislações sobre embalagens alimentícias


A principal regulamentação de embalagens no Brasil é estabelecida pela RDC nº 91, de 11 de maio de 2001. Ela classifica os materiais para embalagens e equipamentos para alimentos e estabelece os critérios gerais. Esta RDC também regulamenta adesivos que entram em contato com alimentos.


A ANVISA sugere que seja preferida a utilização de materiais presentes em “listas positivas”

internacionalmente reconhecidas – listas que indicam materiais considerados seguros pela literatura técnico-científica atual. Caso a indústria queira utilizar outros materiais, deverá comprovar que seu uso não causará danos à saúde do consumidor.


Outras legislações importantes sobre embalagens alimentícias são:


  • Portaria Nº 326, De 30 de Julho De 1997: Estabelece os requisitos gerais (essenciais) de higiene e de boas práticas de fabricação para alimentos produzidos /fabricados para o consumo humano.

  • Resolução Da Diretoria Colegiada N° 52, de 26 de novembro de 2010: Dispõe sobre corantes em embalagens e equipamentos plásticos destinados a estar em contato com alimentos.

  • Resolução Da Diretoria Colegiada N° 240, de 26 De julho De 2018: Altera a Resolução - RDC nº 27, de 6 de agosto de 2010, que dispõe sobre as categorias de alimentos e embalagens isentos e com obrigatoriedade de registro sanitário.


Tendências em embalagens de alimentos


A indústria de alimentos, juntamente com centros de pesquisas e universidades, está sempre buscando novos conceitos de embalagens, devido a uma crescente exigência do mercado para produtos mais frescos e com maior qualidade. Novas tecnologias estão sendo introduzidas no mercado de forma a trazer melhorias, como: prolongar a vida de prateleira do alimento, maior proteção mecânica devido ao manuseio do processo da cadeia de abastecimento, manter características importantes como a aparência e sabor, aumentar a praticidade do preparo e consumo, etc.


Algumas das novidades tecnológicas são:


a) Embalagens ativas: Embalagens comuns interagem minimamente com o alimento que acondicionam, servindo apenas como barreiras. Atualmente, novos designs de embalagens podem interagir com o produto, e até responder a mudanças de condições estão sendo criados e estudados. Dois exemplos que podemos listar aqui são sistemas monitoradores de temperatura e sistemas de absorção de O2.

Sistemas monitoradores de temperatura podem indicar se o produto foi exposto a temperaturas não apropriadas, servindo de ferramenta para indicar frescor e deterioração do alimento e, geralmente, são adesivos aplicados à embalagem. Já sistemas de absorção de O2, como o próprio nome diz, reduzem a pressão parcial de O2 na atmosfera interna da embalagem do alimento, o que reduz taxas de metabolismo de frutas e hortaliças ou, no caso de alimentos industrializados, microrganismos dependentes de O2, além de limitar a oxidação. Nas embalagens, podemos comumente ver a presença de sachês.


b) Embalagens sustentáveis e éticas: O consumidor moderno se preocupa cada vez mais com a sustentabilidade dos produtos que consome. Para seguir essa tendência, a indústria de alimentos utiliza embalagens de material reciclado ou que podem ser reutilizadas para outros propósitos depois do consumo do alimento. Também se propõem a usar materiais de fácil decomposição ou que podem ser reciclados facilmente após seu uso. Nesse quesito, também temos fabricantes que deixam explícito em suas embalagens que utilizam fontes de energia renováveis ou que elaboram embalagens como parte do seu gerenciamento de resíduos.


c) Embalagens comestíveis: Filmes e coberturas comestíveis que podem servir como embalagens estão sendo desenvolvidos por pesquisadores. A vantagem que essas barreiras trazem é a redução de resíduos, diminuindo o uso de plástico – material comum a embalagens. Além de maior praticidade na hora do preparo, já que algumas embalagens podem ser cozidas junto com o alimento.


Existem diversos tipos de embalagens disponíveis no mercado e uma boa embalagem alimentícia é essencial para contribuir para a segurança e conservação dos alimentos nela contidos. Além disso, é uma fonte de informações sobre a composição do alimento, importantíssimas para o consumidor. Se quiser saber mais sobre a rotulagem dos produtos alimentícios, veja nosso post anterior.


Agora que você conhece sobre os tipos e funções das embalagens talvez observe mais na sua próxima ida ao mercado. Lembre-se que uma alimentação equilibrada é fundamental para a saúde, então descasque mais e desembale menos.


REFERÊNCIAS


ABRE - Associação Brasileira de Embalagem. (2022). Embalagem Pesquisadores criam


Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2001). RDC no 91/2001, Ministério da Saúde - MS. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, 1, (Republicada em DOU no 114-E, de 13/06/2001).


Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2018). Resolução da diretoria colegiada RDC No 42, de 26 de Julho de 2018. Diário Oficial Da União, 144(1), 97. http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/34380552/do1-20 18-07-27-resolucao-da-diretoria-colegiada-rdc-n-242-de-26-de-julho-de-2018-34380517


Portaria no 326, de 30 de julho de 1997., Diário Oficial da União, Poder Executivo, DF, 30 de

julho de 1997 1 (1997). https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/portaria-no-326-de-30-de-julho-de-1997.pdf/view


RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC No 52, DE 26 DE NOVEMBRO DE 2010, 2010

(2010) (testimony of Agência Nacional de Vigilância Sanitária).


AZEREDO, H. M. C. de, FARIA, J. de A. F., AZEREDO, A. M. C. de. (2000). Embalagens ativas para alimentos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 20(3), 337–341. https://doi.org/10.1590/s0101-20612000000300010


Lei No 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Brasília: Ministério da Saúde., 1973 (1973) (testimony of BRASIL). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5991.htm


Fontoura, D. R. S., Calil, R. M., & Calil, E. M. B. (2016). A Importância Das Embalagens Para Alimentos - Aspectos Socioeconômicos E Ambientais. Atas de Saúde Ambiental, 4, 138–160. http://www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/1224/1181


Gerência de Regularização de Alimentos - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

(2020). Perguntas e Respostas - Materiais em contato com alimentos. http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/2810640/Embalagens+%28materiais+em+contato+com+alimentos%29/dc38fbf4-15c0-4340-b9f8-63419742a5d8

 
 
 

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