Vegetarianismo: origem, classificação e impactos na saúde e meio ambiente

Por Larissa Ruiz e Jéssica Trezza

Seja por questão de saúde ou de ideologia, atualmente muitas pessoas estão se tornando vegetarianas. Você sabia que existem vários subgrupos dentro do vegetarianismo? Dentre eles, o famoso veganismo. Vem conhecer um pouco mais sobre essas classificações com a gente!

O termo “vegetariano” é de origem latina e significa “forte, robusto e vigoroso”. A dieta vegetariana não é uma dieta nova, são milênios de existência com um regime alimentar sem carne, como na cultura indiana, por exemplo, que se baseia no conceito da não violência e crenças religiosas, adotando o vegetarianismo até hoje. No ocidente, também havia a “dieta pitagórica”, inspirada na filosofia de Pitágoras, e muitos denominavam a dieta sem carne como “dieta vegetal”.

Somente em 1847 que a palavra “vegetariano” foi utilizada pelo político britânico Joseph Brotherton, na inauguração da Sociedade Vegetariana em Londres. E em 1851 já havia relatos de pessoas que, além de não consumir carnes, também buscavam alternativas para o uso de roupas que fossem feitas de couro. Mas, só em 1944 nasceu o termo “vegan” ou “vegano”, em português, intitulado por Donald Watson para distinguir a pessoa que era vegetariana estrita e que também não utilizava qualquer produto (alimentar, vestuário, higiênico, etc.) oriundo do reino animal.

De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira, o vegetariano é o indivíduo que exclui da sua alimentação todos os tipos de carnes, aves, peixes e seus derivados, podendo utilizar ou não ovos ou laticínios e qualquer alimento de origem animal, como o mel. Dessa forma, é possível dividir em grupos distintos as dietas vegetarianas mais utilizadas.

• Ovolactovegetariano: São aqueles indivíduos que não consomem carne, mas aceitam o consumo de ovos e laticínios na sua dieta.

• Lactovegetariano: é aquele indivíduo que não come carne nem ovo, mas consome laticínios como leite, queijo e outros derivados. Os indivíduos optam por não consumir ovos, por não gostar do sabor, por não ter o hábito de consumí-los ou, ainda, por razões religiosas.

• Ovovegetariano: são aqueles que não consomem carne e nem leite e seus derivados mas consomem ovos.

• Vegetariano estrito: não comem nenhum alimento derivado de animais (ovos, leite, laticínios, mel, etc.). Têm uma dieta estritamente vegetal.

• Vegano: o termo, adaptado do inglês “vegan”, indica um estilo de vida. É aquele indivíduo que além de adotar uma alimentação vegetariana estrita, segundo a Vegan Society do Reino Unido “o veganismo é um modo de viver que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e tratamento cruel de animais na alimentação, vestuário ou qualquer outra finalidade”.

Agora você pode estar se perguntando, por que tantas pessoas adotam este estilo de vida? Você sabia que mais de 10 mil animais terrestres são abatidos por minuto no Brasil para produzir carnes, leite e ovos? A maioria destes animais são frangos, porcos e bois. Os animais são sencientes, ou seja, capazes de sofrer, sentir prazer e felicidade, por isso um dos motivos para a escolha vegetariana é de não compactuar com a exploração, confinamento e abate destes animais.

Outro motivo que influencia a escolha por uma dieta vegetariana é a saúde. Diversos estudos realizados ao redor do mundo associam efeitos positivos de saúde com a maior utilização de produtos de origem vegetal e restrição de produtos de origem animal.

Além disso, a preocupação com o meio ambiente cresce a cada dia. De acordo com a ONU, o setor pecuário é o maior responsável pela erosão de solos e contaminação de mananciais aquíferos do mundo e cerca de 14,5% das emissões de gases do efeito estufa, oriundas de atividades humanas, têm origem no setor pecuário. Segundo artigo publicado em 2020, a preocupação com as mudanças climáticas do planeta atinge cerca de 60% da população mundial, e 27% desta população pretende diminuir o consumo de carne.

Um exemplo é a campanha Segunda Sem Carne. A campanha foi lançada no Brasil em outubro de 2009 e existe em mais de 40 países no mundo todo. Ela se propõe a conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de produtos de origem animal para alimentação tem sobre os animais, a sociedade, a saúde humana e o planeta, convidando-as a descobrir novos sabores ao substituir a proteína animal pela vegetal pelo menos uma vez por semana. Ficou curioso? Saiba mais acessando o site segundasemcarne.com.br.

Agora que você conhece mais sobre o vegetarianismo e as diferenças entre os subgrupos que existem, não deixe de compartilhar a sua opinião conosco e divulgar essas informações com seus amigos.

REFERÊNCIAS

ALLEN, M., WILSON, M., NG, S., & DUNNE, M. Values and beliefs of vegetarians and omnivores. Journal of Social Psychology, 140(4), 405–422, 2000.

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RÉVILLION, J. P.; KAPP, C.; BADEJO, M. S.; DIAS, V. V. O mercado de alimentos vegetarianos e veganos: características e perspectivas. Caderno de Ciência & Tecnologia, Brasília, 37 (1), 2020.

SLYWITCH, E. Virei vegetariano e agora? São Paulo: Alaúde Editorial, 2010.

SLYWITCH, E. Alimentação sem carne: guia prático - o primeiro livro brasileiro que ensina como montar sua dieta vegetariana. 2 ed. São Paulo: Alaúde Editorial, 2015.

SOCIEDADE VEGETARIANA BRASILEIRA. A campanha Segunda Sem Carne. Segunda sem carne. Disponível em: <http://segundasemcarne.com.br/>. Acesso em: 23 de jun. 2021.

SOCIEDADE VEGETARIANA BRASILEIRA. Vegetarianismo. Disponível em: <https://svb.org.br/vegetarianismo1/o-que-e>. Acesso em: 23 de jun. 2021.

WHORTON, J. C. Historical development of vegetarianism. American Society for Clinical Nutrition (59), 1994