ÔMEGA-3: FONTES E IMPORTÂNCIA NA SAÚDE
- Evellyn Vasconcellos
- 20 de fev. de 2022
- 5 min de leitura

Você já ouviu falar sobre a importância do ômega-3 na nossa saúde? Sabe o que é ômega-3? Primeiro vamos começar falando que este nutriente pertence ao grupo dos lipídios, que como já vimos nos artigos anteriores, são compostos principalmente pelos ácidos graxos. E o que são esses ácidos graxos?
Antigamente, os ácidos graxos eram vistos apenas como uma forma eficiente do corpo de armazenar energia, podendo ser sintetizados pelo organismo a partir de proteínas e carboidratos. Há algum tempo, várias evidências científicas vêm apontando uma associação entre dieta pobre em ácidos graxos à síndromes que podem levar à morte. E os principais envolvidos são os ácidos graxos essenciais.

Os ácidos graxos essenciais desempenham importantes funções no nosso organismo, como, na estrutura das membranas celulares e nos processos metabólicos, nas funções cerebrais e na transmissão de impulsos nervosos, além de também participarem da transferência do oxigênio atmosférico para o plasma sangüíneo, da síntese da hemoglobina e da divisão celular. Esses são chamados de essenciais por não serem produzidos pelo nosso organismo, e sua ingestão se dá através da alimentação, são o ômega-3 e ômega-6. Hoje iremos falar do ômega-3.
O ácido graxo poliinsaturado do tipo ômega-3 é sintetizado através do ácido alfa-linolênico (ALA[1] ) nos organismos animais, sofrendo uma reação enzimática que origina os ácidos graxos eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA), que são ingeridos através da dieta. O ácido estearidônico também é um precursor do EPA e DHA e possui uma taxa de conversão em EPA superior ao ALA.
O DHA possui características neuroprotetoras relacionadas à melhora dos processos cognitivos como o funcionamento da memória e o correto funcionamento dos neurônios. O EPA apresenta ação antiinflamatória e seus principais benefícios estão relacionados à saúde cardiovascular e problemas circulatórios pois ajuda a manter os triglicerídeos em níveis saudáveis.

Estudos demonstram a importância do ômega-3 tanto em indivíduos saudáveis como em indivíduos que possuem doenças como câncer, asma, diabetes, hipertensão arterial, distúrbios neurológicos e doenças cardiovasculares. Exemplos do efeito desse ômega-3 na saúde são citados a seguir:
INFLAMAÇÃO: O consumo de ômega-3 está relacionado a efeito protetor em diversas condições inflamatórias e autoimunes, desempenhando um papel importante nesses processos. Alivia sintomas em pacientes com artrite reumatóide e doença inflamatória intestinal devido à ação inibitória sobre a produção de eicosanóides e citocinas pró-inflamatórias nos tecidos periféricos.
DOENÇAS CARDIOVASCULARES: A ingestão de ômega-3 está associada à diminuição de níveis de colesterol total, triglicérides e, consequentemente, aumento dos níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL), ajuda a reduzir os danos vasculares, evita a formação de trombos e aterosclerose e promove a redução da pressão arterial.
DOENÇAS NEUROLÓGICAS:Depois do tecido adiposo, o sistema nervoso central possui o maior conteúdo de lipídios do corpo humano e, portanto, há evidências de melhora dos sintomas em pacientes com esquizofrenia, além de redução da chance de desenvolver Doença do Alzheimer e de Parkinson e também retardar seus sintomas.
CÂNCER: Esses ácidos graxos podem inibir a carcinogênese, retardar o crescimento de tumores e aumentar a eficácia da radioterapia e de várias drogas quimioterápicas.
Já percebemos que o ômega-3 tem efeitos benéficos à saúde, mas onde podemos obter este nutriente? O ômega-3 pode ser encontrado tanto em formas naturais como derivados de animais e vegetais, quanto artificiais, como fármacos.
O ácido alfa-linolênico (ALA), que possui origem vegetal, é encontrado em maior teor na soja, sementes de linhaça e chia, oleaginosas como castanhas e nozes, algas, além dos óleos vegetais de linhaça, canola e soja. As hortaliças apresentam pequenas quantidades do ALA pois contém pouco conteúdo lipídico, porém seu consumo em grandes quantidades é importante para elevar a sua ingestão, principalmente em dietas vegetarianas. Outras fontes importantes são os cereais e leguminosas como aveia, arroz, feijão e ervilha.
O EPA e o DHA, que possuem origem animal, são encontrados em maior teor em peixe oleosos de água salgada como a sardinha, atum, cavala e o salmão, do que os peixes de água doce, devido à expressiva quantidade desses ácidos graxos no fitoplâncton (algas), que provê a sua distribuição ao longo da cadeia alimentar marinha.
O ácido estearidônico [2] está presente nos óleos de prímula, borragem e echium, e estão disponíveis em forma de suplemento.
O ômega-3 presente nos alimentos pode ter sua biodisponibilidade e teor afetados dependendo da origem e da forma de preparo desses alimentos. Por exemplo, peixes selvagens possuem teor mais alto do que peixes de cativeiro; a semente de linhaça precisa ser triturada no momento do consumo devido sua rápida oxidação.

Assim, alguns estudos sugerem que a suplementação deste ômega 3 é importante para que seus sintomas de deficiência sejam evitados, como por exemplo, redução da acuidade visual, lesões de pele, diminuição da capacidade de aprendizado e eletrorretinograma anormal; Em crianças retardo do crescimento e diarréia e, durante a gravidez, a deficiência de DHA pode estar associada com prejuízo cognitivo e do desenvolvimento visual do feto.
Importante mencionar que o excesso desse nutriente também pode ser prejudicial à saúde e provocar sintomas como redução das respostas do sistema imunológico às inflamações, sangramentos, mau hálito, suor com odor, dor de cabeça e sintomas gastrointestinais como azia, náusea, diarreia.
Assim, antes de suplementar qualquer nutriente, o acompanhamento nutricional se faz importante para orientar a quantidade e auxiliar na escolha dos alimentos fontes de ômega-3 para uma alimentação equilibrada, assim como a melhor forma de consumí-los e, se necessário, uso de suplementos em dose e proporção de ácidos graxos adequadas.
Apesar do estilo de vida e hábitos alimentares atuais poderem contribuir para uma deficiência deste nutriente, o que a médio e longo prazo pode ser bastante prejudicial à saúde. Lembre-se que uma alimentação balanceada, rica em diversos tipos de alimentos, associada a uma educação em saúde é fundamental para construir conhecimento e melhorar a própria saúde. Continue fazendo escolhas melhores dos alimentos, descascando mais e desembalando menos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Letro et al.. Ômega-3 e doenças cardiovasculares: uma revisão à luz das atuais recomendações. Revista Eletrônica Acervo Científico, v. 26, p. e7398, 23 maio 2021. Disponível em: <https://acervomais.com.br/index.php/cientifico/article/view/7398>.
Vaz et al. Importância do ômega-3 para a saúde humana: Um estudo de revisão. Revista UNINGÁ Review v.20,n.2,pp.48-54 (Out-Dez 2014). Disponível em: <http://34.233.57.254/index.php/uningareviews/article/view/1592/1202>.
Martin et al. Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos. Rev. Nutr., Campinas, 19(6):761-770, nov./dez., 2006. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rn/a/RrbqXWrwyS3JHJMhRCQwJgv/?format=pdf&lang=pt>.
Waitzberg, D.L.. Ômega-3: o que existe de concreto? Monografia Universidade de São Paulo (FMUSP), 2008. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/265874955_Omega-3_o_que_existe_de_concreto>.
Zemdegs et al. Ácidos graxos ômega-3 e tratamento da esquizofrenia. Rev Psiq Clín. 2010;37(5):223-7. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rpc/a/sRpYCYD6vBd5jPLD7MpMSDd/?format=pdf&lang=pt>.
Costa et al. Os efeitos do uso do ômega 3 no tratamento de pacientes com Alzheimer. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 15, p. e239101522654, 2021. Disponível em: <https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22654>.
Aqui vale deixar mais claro, pois parece que nós seres humanos sintetizamos o omega tres. DEixar claro quem faz esta síntese.
faltou explicar antes este ácido, que ele é um ômega 3
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